O projeto PEPIP -“Perfil dos Estudantes PALOP nas Instituições de Ensino Superior em Portugal: caracterização, expectativas, constrangimentos (2015-2021)” – apresentou um relatório ainda no ano de 2023, no qual manifestou as principais dificuldades que os estudantes provenientes dos Países Oficiais de Língua Oficial Portuguesa enfrentam no acesso e no percurso do Ensino Superior, bem como algumas ações de melhoria.

O Projeto teve como objetivo o mapeamento e caracterização dos estudantes dos PALOP nas Instituições do Ensino Superior (IES) em Portugal entre 2015 e 2021 e a sua integração no seio das instituições. Esta semana, alguns media nacionais, apresentaram algumas conclusões do estudo, bem como as ações sugeridas pela equipa de investigação para colmatar as dificuldades sentidas.

Entre as conclusões, destacam-se a evolução positiva na mobilidade de estudantes dos PALOP para Portugal, com especial crescimento no número de estudantes da Guiné-Bissau e a maior prevalência de estudantes PALOP no ensino politécnico, sendo o Instituto Politécnico de Bragança a instituição que mais recebe estudantes dos PALOP. Relativamente a áreas científicas, as “ciências empresariais e administração” são dos cursos de preferência de todos os PALOP, não existindo diferenças significativas entre o sexo feminino e masculino.

Entre as recomendações apresentadas no relatório, os media destacaram a possibilidade de exigir a presença num semestre de preparação e integração ou de um ano zero a estudantes dos regimes especiais que não tenham realizado provas em Portugal. Os alunos africanos “não têm falta de competências em termos académicos, mas têm muita dificuldade de integração, não conhecem as matérias, não conhecem a forma de ensino e têm, muitas vezes, dificuldades linguísticas”, um quadro a que “acresce, em muitos casos, dificuldades económicas”, justificou a investigadora e coordenadora Clara Carvalho, em entrevista ao Jornal Público.

Este projeto foi financiado pelo Instituto Camões e coordenado por Clara Carvalho, do CEI-Iscte, em parceria com os investigadores Antónia Barreto e Filipe Santos, do IP Leiria, Rui da Silva CEAUP e Isaiete Jabula, doutoranda do CEI-Iscte. 

O relatório final encontra-se disponível aqui.