Coordenadora: Clara Carvalho
O Grupo Desafios Societais e do Desenvolvimento está organizado em três programas de investigação:
1. O primeiro debruça-se sobre a urbanização e os desafios à criação de sociedades mais inclusivas. A urbanização tem suscitado grande interesse por parte da comunidade internacional e investigadores. Em África e na Ásia, as estimativas apontam para a duplicação da população entre 2000 e 2030; em 2030, 80% da população urbana estará concentrada as cidades no mundo em desenvolvimento. Esta urbanização crescente representa um novo desafio para o entendimento dos problemas e oportunidades societais. As cidades, embora concentrem a pobreza, estão melhor equipadas para tirar partido da globalização e para criar emprego e rendimento para um maior número de indivíduos; estão em melhores condições para garantir o acesso à educação é à saúde – bem como a outros serviços – tirando partido de vantagens de escala e de proximidade. Nesta perspetiva, o programa aborda as necessidades e exigências da população em termos de proteção social e de acesso a cuidados básicos de saúde, educação e segurança. É igualmente abordado o crescente envolvimento de novos agentes nos processos de intervenção social, como é o caso das organizações não governamentais, mas também o setor privado, com programas de responsabilidade social que concorrem diretamente com as ONG, as fundações filantrópicas e os programas governamentais.
2. O segundo programa aborda o impacto da globalização, tal como este se expressa em: a emergência da classe média e de novos formas de consumismo cultural e económico; a revitalização da cultura popular; os movimento populacionais, as diásporas e a sua influência nas sociedades locais; o consumo cultural; a circulação da informação e as TIC; a afirmação dos jovens; as novas epistemologias e a contestação cultural.
3. Os projetos de cooperação e desenvolvimento como marcas da globalização são analisados no terceiro programa. Atualmente, os esforços concentram-se na eficácia e na coerência da APD, particularmente quando se trata de atividades não integradas no CAD/OCDE. Estas questões foram analisadas nas principais reuniões dedicadas (Roma 2003, Paris 2005 e Busan 2011) onde o debate se centrou nos desafios à afirmação do Sul global. Estes desafios incluem, por exemplo, o impacto da crise financeira, questões globais como as alterações climáticas, o comércio, o investimento externo e a reforma da arquitetura internacional da cooperação para o desenvolvimento.