A 2ª Conferência do SocioDigitalLab for PublicPolicy (SDLab) decorreu a 28 e 29 de novembro de 2023, sob o tema “Territórios Inclusivos na Transição Verde e Digital”. O evento teve lugar no recém-inaugurado centro de valorização e transferência de tecnologia Iscte-Conhecimento e Inovação.
Com um programa científico diverso, a conferência propôs reunir decisores políticos e especialistas que exploram a interseção crítica das transições verde e digital, de forma a promover a discussão sobre os desafios, as oportunidades e as soluções inovadoras necessárias para um futuro sustentável e justo.
Especificamente, depois da sessão de abertura com a intervenção do Vice-Reitor para a Investigação e Modernização Tecnológica Jorge Costa e uma participação especial da eurodeputada Sandra Pereira, o especialista em Psicologia ambiental Ricardo García Mira (Universidade da Corunha) falou sobre o impacto social da transição energética na Europa. O investigador convidado apresentou os resultados do projeto ENTRANCES que abordou esta questão através de uma abordagem de co-criação de conhecimento, dando maior relevância aos aspetos sociais e às políticas públicas.
Ainda neste dia, a mesa redonda “Como pode a transição ser justa? Perspetivas a partir de Sines” gerou discussão de como a transição energética e digital deve considerar os aspetos sociais para assegurar não só a sustentabilidade mas a justiça e inclusão das diferentes comunidades, e na mesa redonda “Territórios vulneráveis na encruzilhada das transições: Digitalização, resiliência e transformação” debateu-se a importância de considerar as necessidades de diferentes territórios nesta transição, com contribuições multidisciplinares. Ao final do dia, a mesa redonda “Um espaço para envelhecer: Cidades mais sustentáveis, inclusivas e saudáveis” abordou como o urbanismo deve considerar não só aspetos ambientais, mas também aspetos de inclusão das diversas populações no desenho do espaço público.
O segundo dia de conferência foi marcado pela palestra do elemento do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) da ONU, Patrick Devine-Wright (Universidade de Exeter), que explorou a relação entre as ciências sociais, as políticas públicas e o impacto no ambiente e emergência climática. O orador apresentou o projeto ACCESS, mas também estudos de caso do Governo do Reino Unido e do IPCC.
Neste dia, foi ainda discutido o tópico “Transição Verde e Populismo: Desafios para as políticas públicas”, nomeadamente aspetos da governança global, e como as políticas existentes chegam, efetivamente às pessoas. Questões como os impactos ambientais na gestão e reciclagem de recursos digitais, o papel da inteligência artificial na transição digital, e que decisões deveriam ser tomadas para uma transição digital verde serviram de mote para os aspetos discutidos na mesa redonda “Geminação Verde e Inclusão Digital nos Territórios”. Finalmente, a última mesa redonda do evento, “Inclusões e transições: Os desafios transversais”, pretendeu refletir sobre a abordagem transversal que a transição para um futuro sustentável e justo exige.
A segunda edição da conferência, que foi organizada pelas investigadoras Maria Assunção Gato (DINÂMIA’CET-Iscte), Mónica Meireles (BRU-Iscte) e Susana Batel (CIS-Iscte), co-coordenadoras da linha temática 1 do SDLab “Regenerative Territories for Carbon Neutrality”, e contou ainda com o apoio logístico do grupo de comunicação de ciência COM’Investigar, que integra elementos das diversas unidades de investigação do Iscte.
O evento foi divulgado em direto no canal do YouTube do SocioDigital Lab, onde continua disponível. À semelhança da 1ª Conferência do SocioDigital Lab, que resultou na elaboração de um conjunto de recomendações para as políticas públicas, também está planeado um relatório sobre as reflexões desta segunda edição.